spread financeiro
Diferença entre as taxas de aplicação e taxas de captação nas instituições financeiras.
Também denominado spread bancário.
enfin: Conceitualmente, as informações financeiras divulgam porcentuais de spread financeiro bruto e spread financeiro líquido.
Estudo da Febraban - Federação Brasileira de Bancos - lembra que, comumente, divulgam-se taxas de spread financeiro bruto com dados parciais, já que levam em conta apenas as operações nos mercados livres de crédito, sem computar outras operações, normalmente de prazos mais longos e spreads menores, como leasing, financiamento imobiliário, repasses do BNDES, etc.
Para reduzir o spread bruto ao conceito de spread líquido (que representa mais adequadamente a lucratividade bancária), o analista deve considerar os seguintes fatores:
- a inadimplência. No Brasil, a taxa de inadimplência está entre as mais elevadas do mundo;
- a carga tributária que incide na operação. O Brasil talvez seja o único país do mundo que tributa a intermediação financeira nas duas pontas, cobrando imposto do tomador de crédito e do doador de crédito (investidor ou poupador). O Estado cobra ainda da instituição o imposto de renda e uma alíquota diferenciada da CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
- o nível do encaixe (ou recolhimento compulsório). O governo impõe ao banco brasileiro elevados níveis de encaixe, e estende a obrigação até mesmo ao depósito a prazo, gerando distorções nos custos operacionais que oneram toda a operação de crédito sem beneficiar o investidor.
- os custos administrativos. Embora a Febraban não mencione, esses custos são grandes no Brasil, em face das características da operação bancária.
(condensado de trabalho do economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, na revista "Financeiro").